Uma das maiores fortalezas do Coletivo é a sua composição múltipla: uma rica diversidade de instituições e perfis, lideranças dos grupos de manejo do pirarucu, representantes de organizações de base, técnicos, pesquisadores e agentes governamentais atuantes no fortalecimento do manejo do pirarucu nas bacias dos rios Purus, Negro, Juruá e Solimões.
Foi sendo formado espontaneamente ao longo do desenvolvimento do Diagnóstico Participativo do Manejo de Pirarucu em Áreas Protegidas do Amazonas, realizado pela Operação Amazônia Nativa (OPAN) em parceria com a Conservação Estratégica (CSF) e nomeado no seminário de entrega do estudo, em maio de 2018, em Manaus (AM), onde integrantes de organizações de base, manejadores, manejadoras e demais instituições presentes no evento sentiram a necessidade da criação de um espaço de debate para fortalecimento da prática do manejo do pirarucu.
O objetivo do Coletivo é unir diversas iniciativas de manejo sustentável do pirarucu no estado do Amazonas para articulação conjunta de estratégias de valorização e fortalecimento que contribuem para a consolidação de uma cadeia de valor do pirarucu de manejo sustentável, economicamente e socialmente justa, que garanta a remuneração adequada aos protagonistas do manejo, reconhecendo a contribuição para a conservação da biodiversidade em seus territórios.
Arranjo comercial inovador entre as áreas produtivas, liderado pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), com criação de marca coletiva própria, a Gosto da Amazônia, que vem aproximando o universo da gastronomia e a sociedade brasileira ao manejo sustentável de recursos naturais da floresta, e conquistando a cada dia uma comercialização mais justa.
Comercialização de cerca de 500 toneladas de pirarucu, de diferentes regiões, com preço cerca de 50% maior que a média encontrada nos mercados locais, se posicionando como alternativa viável ao modelo estruturado de intermediação por atravessadores e/ou patrões.
Comercialização do pirarucu beneficiado pela marca coletiva Gosto da Amazônia com origem rastreada por sistema independente, desenvolvido pela empresa SafeTrace.
Expansão da venda do pirarucu de manejo retirar (carne e couro) para fora retirar da Amazônia do Amazonas, com destaque para a região sudeste e iniciando expansão para o nordeste e centro oeste.
Melhor entendimento da cadeia do couro de pirarucu no cenário comercial de couros exóticos, com aumento de cerca de 15% do preço da pele de pirarucu pago pelo principal comprador do país.
Revisão e aumento do preço mínimo do peixe manejado no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – Doação Simultânea), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O preço antes estipulado de R$ 7,29/kg havia sido rebaixado pela Conab para R$ 4,50/kg, porém com a mobilização do Coletivo foi atualizado para R$ 7,83/kg.
Inclusão do manejo do pirarucu como atividade passível de receber subvenção através da Política de Garantia de Preços Mínimos dos Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio).
Discussão de normas técnicas para a certificação orgânica do pirarucu pelo fato do manejo do pirarucu ser totalmente de acordo com a legislação de produtos extrativistas.
Discussão de normas técnicas para obtenção de produtos orgânicos oriundos do extrativismo sustentável orgânico, incluindo produtos de origem animal, como o pescado de manejo sustentável;
Ganho de força política para debate, incidência e acesso a políticas públicas, com atuação no âmbito federal e estadual.
Captação de recursos para investimento em melhorias na infraestrutura (flutuantes, barco e equipamentos) e qualificação de processos (gestão de informação e rastreabilidade dos produtos, com desenvolvimento e implementação de sistema em curso); e formação e aperfeiçoamento de pessoas (gestão, manejo e governança das organizações).
Prêmio de Inovação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em função da experiência e da metodologia alinhadas à aceleração de cadeias de produção local e aos objetivos de desenvolvimento sustentável.
Melhorias de processos locais, com trocas de experiências entre grupos manejadores – boas práticas de pesca, pré-beneficiamento, organização social para produção e comercialização.
Fortalecimento da identidade, da unidade entre os manejadores e, consequentemente, do empoderamento das organizações de base.